Acompanhei os passos do condenado porque a Ele eu estava atado. Nele eu me reconhecia, como se uma sutura existencial nos configurasse parte de uma mesma trama. Sim, Naquele Galileu que arrastava a cruz pelas vielas da cidade eu também estava. Dois homens num só. Mas distanciados por diferença. Enquanto um deles tinha o corpo exposto ao escárnio da multidão e sofria publicamente as consequências da ira humana, o outro estava sob o manto de seu medo. Dois condenados. Um pelo povo. O outro por si mesmo. (MELO, Pe. Fábio De. O discípulo da madrugada, 2015, p.85).