Os sorrisos eram poucos. As alegrias também. Mesmo assim, o cheiro da vida insistia em varar os entrelaces da morte. Chegava feito vento manso, quebrando os malogros adâmicos da condição humana, emprestando brilho, ainda que temporário, ao coração que se comprimia nos estreitos labirintos do meu corpo. Era nele que as vozes do destino gritava a ordem peremptória: viver, sim, viver, ainda que fosse para sofrer a condenação de ser o território onde a existência praticava a inelegância de armar suas tendas, esparramando suas rendilhas, mesmo quando minha vontade não acenava permissão. (MELO, Pe. Fábio De. ORFANDADES - O destino das ausências, 2015, p.123).